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Introdução à Publicidade no Rádio

Durante o período de 1922 a 1930, o Rádio passou por sua fase experimental onde somente as classes altas tinham acesso ao meio, a programação era composta por música clássica, concertos, etc...As emissoras de rádio dependiam de tais classes sociais para se manter financeiramente.Aos poucos as emissoras introduziram os chamados ‘’ fundos de broadcasting’’ à sua programação, que constituía na menção do nome dos patrocinadores no princípio e no fim das transmissões, porém foi no período entre 1930 e 1940 que a Publicidade cresceu através do Rádio e o Rádio, agora mantido financeiramente pela publicidade, tornou sua programação mais dinâmica e se popularizou diante das outras classes sociais.O rádio, ao contrário da televisão, é uma mídia barata e popular que atinge um público maior pelo fato de ser apenas ouvido e não assistido, atinge a todas as classes sociais e acompanha o espectador nas mais diversas situações do mundo atual podendo ser ouvido no trânsito, em estabelecimentos comerciais, através de dispositivos portáteis(Mini Stereos, MPx Players e /ou celulares com recursos de FM), aparelhos convencionais ou até mesmo pela Internet, tendo vantagem sobre outros meios de comunicação que necessitam de uma atenção que vai além da audição para serem compreendidos.

O uso da criatividade em anuncios

A criatividade na produção dos comerciais veiculados na época, conhecidos como reclames, também era uma característica que ajudava na luta por anunciantes. Frases bem humoradas já eram consideradas como bons anúncios para os clientes.
“Sente-se mal? Compre um cadeira de balanço na Casa Bela Aurora e sente-se bem...”
“Pilogênio é tão bom que faz crescer cabelos até em uma bola de bilhar.” (CASE, p.49)

Case não trabalhava sozinho, sua equipe de redatores era composta por profissionais de primeira linha como Orestes Barbosa, Luiz Peixoto e Nássara, entre outros. E foi Nássara, que em 1932 compôs o primeiro jingle da história da publicidade brasileira. O causo, como ficou conhecido o episódio que envolveu Case e Nássara foi assim: um dia, quando Case foi buscar sua esposa Graziela na escola, decidiu descer do bonde para comprar pão numa padaria em Botafogo. Quando foi comer o pão a noite, Case adorou.
No outro dia, ele foi até a padaria para convencer o português a anunciar no rádio. O proprietário não quis nem saber, disse que nunca tinha ouvido falar de nenhuma padaria que anunciasse no rádio. “Mas Case estava decidido a dobrar o português e o convenceu com a seguinte proposta: `O preço é o seguinte: vou colocar o anúncio no ar. Se o senhor gostar, paga, senão, fica de graça.”(CASE, p. 49)
Quando Nássara ouviu isso, se inspirou na nacionalidade do proprietário da padaria e compôs uma quadrinha em ritmo de fado. O primeiro jingle da história da propaganda do rádio no Brasil ficou assim:
“Oh, padeiro desta rua
tenha sempre na lembrança.
Não me traga outro pão
Que não seja pão Bragança.
Pão inimigo da fome.
Fome inimiga do pão.
Enquanto os dois se matam,
A gente fica na mão.
De noite, quando me deito
E faço minha oração,
Peço com todo respeito
Que nunca me falte o pão”.
(CASE, p. 50)
O português, dono da padaria, ficou feliz da vida com a propaganda de seu estabelecimento e fechou um contrato de um ano de publicidade com Case.


CASÈ, Rafael. Programa Case, o rádio começou aqui. Rio de Janeiro: Mauad, 1995 (fonte: http://www.jornalismo.ufsc.br/redealcar/cd/grupos%20de%20trabalho%20de%20historia%20da%20midia/historia%20da%20midia%20sonora/Baldo.doc)