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Introdução à Publicidade no Rádio

Durante o período de 1922 a 1930, o Rádio passou por sua fase experimental onde somente as classes altas tinham acesso ao meio, a programação era composta por música clássica, concertos, etc...As emissoras de rádio dependiam de tais classes sociais para se manter financeiramente.Aos poucos as emissoras introduziram os chamados ‘’ fundos de broadcasting’’ à sua programação, que constituía na menção do nome dos patrocinadores no princípio e no fim das transmissões, porém foi no período entre 1930 e 1940 que a Publicidade cresceu através do Rádio e o Rádio, agora mantido financeiramente pela publicidade, tornou sua programação mais dinâmica e se popularizou diante das outras classes sociais.O rádio, ao contrário da televisão, é uma mídia barata e popular que atinge um público maior pelo fato de ser apenas ouvido e não assistido, atinge a todas as classes sociais e acompanha o espectador nas mais diversas situações do mundo atual podendo ser ouvido no trânsito, em estabelecimentos comerciais, através de dispositivos portáteis(Mini Stereos, MPx Players e /ou celulares com recursos de FM), aparelhos convencionais ou até mesmo pela Internet, tendo vantagem sobre outros meios de comunicação que necessitam de uma atenção que vai além da audição para serem compreendidos.

Um programa em especial

O rádio surgiu e logo já tinha o “poder” de reunir a família e de ser o centro das atenções. O aparelho de rádio ocupava um lugar de destaque no ambiente da sala de estar da casa de qualquer família. Enfeitava-se o equipamento com toalhas de crochê feitas com carinho pelas mulheres mais velhas da casa. Foi neste contexto que o programa Case entrou no ar, em 1942...
“As válvulas esquentam e o chiado toma a sala, enquanto o dono da casa gira o botão seletor. De repente, uma longa sirene corta o silencia da sala e deixa todos em polvorosa. Em seguida, surgem os acordes do pasodoble Gallito, de Salvador Campello. E o speaker anuncia: A PRA 9, Rádio Mayrink Veiga, 1220 quilociclos, tem a honra de apresentar... o programa Case!!!! (...)De agora, nove da manhã, até a meia-noite, os senhores vão poder acompanhar a mais incrível reunião de estrelas da música, do humor e do rádio-teatro. Vão viajar aos mais suntuosos salões dos palácios austríacos com o quadro Valsas Inesquecíveis. Vão se deleitar com a melodia brejeira dos Arranjos de Pixinguinha e com o horário dedicado às Imagens Sonoras do Brasil...!” (CASÉ, 1995 pág. 19)
Mesmo tendo feito grande sucesso, o programa de Case passava por dificuldades financeiras que, por volta do décimo-quinto programa, já comprometiam sua continuidade. O dinheiro acabou e Case já tinha colocado muitos de seus pertences no prego. Por isso, chamou seus companheiros depois da “irradiação” do programa e avisou a todos que estava saindo do ar. “No dia seguinte ao que tinha decidido encerrar as transmissões, Case teve duas agradáveis surpresas.Quando seguia para o escritório, parou, desolado, em frente à vitrine da F. R. Moreira, uma loja de aparelhos domésticos, na Avenida Rio Branco. Foi aí que o proprietário, a quem já havia, insistentemente, pedido anúncios sem sucesso, lhe fez um sinal, pedindo que se aproximasse. Ele queria saber se Case poderia fazer um horário só com músicas de Carmem Miranda, com o patrocínio da loja. Ademar explicou que não era hábito do programa usar um único artista num horário, mas garantia a presença de grandes nomes do momento como Noel Rosa, Almirante e Francisco Alves. O camarada aceitou e fechou negócio ali mesmo. Um contrato de três meses, a 300 mil réis por mês.”(CASE, 1995, pág. 46)

A partir daí, o rádio e o programa do Case nunca mais foram os mesmos. Anúncios criativos transformaram Case em um dos principais nomes da publicidade radiofonizada. Uma revolução, num veículo que apenas anunciava as gravadoras que cediam os discos para as transmissões no seu início.


CASÈ, Rafael. Programa Case, o rádio começou aqui. Rio de Janeiro: Mauad, 1995 (fonte:
http://www.jornalismo.ufsc.br/redealcar/cd/grupos%20de%20trabalho%20de%20historia%20da%20midia/historia%20da%20midia%20sonora/Baldo.doc)